Arquivo de 11 de Março, 2009

11
Mar
09

sobre all stars, havaianas e afins

Se alguma hecatombe se abatesse sobre este pobre planeta, e não sobrasse nada além de fumaça destruição e  paisagem desértica,  talvez alguns itens icônicos permaneceriam como testemunhas para contar a história do que rolou por aqui.  Com certeza,  um par de tênis All Star e um  de sandálias havaianas. É uma questão de reconhecimento por serviços prestados,  afinal,  ambos nos serviram  bem, com o   designer  perfeito e definitivo que possuem.

A paisagem poderia ser a estátua da liberdade, meio  soterrada, com um All Star amarrado na cabeça , e uma  havaiana enganchada na tocha,  para ficar bem claro que por  aqui  um dia circulou vida, digamos,  medianamente inteligente. Restaria  também sob os escombros,  uma garrafa de Coca cola, uma carcaça de fusca,  talvez um retrato da Marilyn,  um I-pod com a bateria fraca, tocando  incessantemente alguma canção dos Beatles. Ah, talvez,  também alguns filmes de Woody Allen, para explicar didaticamente,  um pouco da nossa  paranoia.   Mas isso já é outra história.

O bom design não é biodegradável.

Vinte anos e poucos anos  atrás, um tórrido verão de mais de 30 graus na Europa. Levei as tais  sandálias no fundo da  mochila . Para falar a verdade, sem a mínima intenção de  usa-las. Imagine!!!  Não só as  usei, como   serpenteei pelo velho mundo, observando a paisagem  sob a ótica de um par de  havaianas.  As tiras não pertenciam a ela, eram de outra  cor.  Isso dava  um toque  ainda mais estranho, para aquela peça um tanto  esquisita  para os gringos. Minha namorada,  que não era conservadora ou preconceituosa, fugia de mim como seu  eu fosse vítima da peste negra. Sentia  em seu olhar um misto de piedade e desprezo,  uma vontade de dizer a todos que   não conhecia aquele pobre mendigo que teimava em persegui-la por todo  canto. Nem aí,  desfilei com meu par de  jóias, como se fosse um príncipe, entrando e saindo de hotéis, museus,  restaurantes e   catedrais. Para agravar ainda mais a ira dela, nosso passe de trem nos permitia transitar de primeira classe.

As havaianas me mostraram,   Picassos, Matisses,  Mondrians  Monalisas,  moinhos de vento  e uma série de maravilhas inesquecíveis.  Deveria te-las guardado.  Recordo-me que a última vez que nos vimos,   elas estavam  nos pés  da da moça que trabalhava  na casa do meu pai, lavando a calçada . Nos encontramos, nos despedimos   e nos agradecemos!

Uso o episódio como brincadeira,  dizendo  que “lancei as havaianas na Europa”, pois ao contrário de hoje, um ícone fashion,  naquela época,  ninguém conhecia aquelas  maravilhas por lá.

Agora All Star, tem que ser de cano alto! O primeiro que tive, foi vermelho. Ganhei um,  achei o máximo – começo dos anos 70 – era ” avis rara” por aqui.  Quanto mais rodado, mais legal ia ficando.  Entre as andanças que  fiz por esse, e outros mundos, nesses anos todos,  tive  quase todas as cores, brancos, vermelhos pretos e azuis. Com cada um vivi boas histórias.

Confesso que de uns tempos para cá, uma questão tem me intrigado bastante e me deixado com uma sensação  estranha:  cabelo grisalho combina  com All Star de cano alto?  Será que ainda consigo segurar  atitude daquela estrela impressa na sua lateral? E  a  nossa   incrível cumplicidade,  será que já  expirou?  Será que ainda  seguro  essa onda? A impressão que me causa, é a de que estou querendo parecer um eterno garotão…   Essas perguntas são  bem emblemáticas  num certo momento da vida.

Quer saber, resolvi que vou dar um tempo para essas inconvinientes questões . Vou desencanar e sair logo atrás de  um   All Star verde, de cano alto. Acabei de lembrar que nunca tive um dessa cor .  No fundo, acho que era essa resposta que  eu estava procurando, afinal,  da vida nada se leva, só a saudade de um par de havaiansa e de um bom e velho All Star…de cano alto…claro!

11
Mar
09

mademoiselle perriand

 Charltte Perirand, (1903-1999),  nasceu em Paris . A  1.a Bienal de Design na Oca, dedicou um andar a retrospectva de sua obra .

Artista cujo gênio marcou os movimentos vanguardistas do século 20, foi buscar inspiração em várias fontes: nos Alpes franceses em Paris, onde viveu todas as exaltações da modernidade, ao lado de Le Corbusier, Fernand Léger ou Jean Prouvé. No Japão, onde passou os anos da guerra. E, finalmente, no Brasil, onde veio várias vezes, pois seu marido, representante da Air France na América Latina, mantinha um belo apartamento no Rio de Janeiro. 

Nos anos 60, como vinha muto ao Brsil, apaixonou-se pelo país, pelo jeito de seus habitantes, pelas florestas, tanto que adaptou alguns desenhos que havia feito no Japão, completamente inflluênciada pela beleza e recursos naturais das terras brasileiras.




autor/proposta

josé luiz leone, arquiteto/designer ARQBAR = BAR : balcão+serviço rápido+amigos+ camaradagem+bate papo+ descontração+ circulação de informações+pessoas+ aprendizado+relacionamentos +parcerias+divulgação de trabalhos+ cumplicidade+novidade+ informação+arte+arquitetura+design

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